"O primeiro amor passou. O segundo amor passou. O terceiro amor passou. Mas o coração continua..." (Carlos Drumond de Andrade)
Eu que já soltei sua mão, já parei de ser aquela do outro lado da linha, do outro lado da tela, do outro lado do mundo, agora sou apenas eu. Tão humana e louca, correndo feliz na chuva, comemorando a liberdade que chega devagar.
Eu que nunca tive pressa de nada, me pego sonhando acordada com essa vontade de vida, que tem gosto de chocolate quente em dia frio. Agora cabe a mim seguir em frente e cabe a você, desatar o nó que havia. Não pense que não há sentir. Muito ao contrário. Há tanto amor em mim pra você, que seria preciso centenas de vidas vividas pra acabar e mesmo assim não acabaria. Permaneceria sentimento, clichê e bobo. Permaneceria, amor, simples como é.
Eu que queria dizer essas tantas coisas que haviam. Tantas coisas que queria arrancar a força do meu coração. Mas a vida é essa inconstância corriqueira, as vezes colorida, as vezes cinza. Que não me deixa esquecer, que não me deixa deixar... Que vive tentando, a todo custo, a todo instante, me matar com doses homeopáticas de você.
Mas eu, desse mal, não morro mais!
Sai comigo. Sai comigo na chuva. Sai comigo na chuva e fui feliz.
Corri sozinha. Feliz e boba. Com uma vontade de gritar o que não cabia em mim.