sábado, 10 de maio de 2008

Começo...




Acho que o lugar que mais me sinto a vontade no mundo é aqui, no meu quarto, ouvindo minhas músicas, em frente ao meu computador, pensando em cada palavra que vou pôr aqui nesse meu cantinho tão meu. E cada um de vocês que vêm até aqui e perdem 15 minutos de suas vidas só pra me dizer uma coisa boa, fazer uma critica, me dar uma opinião, cada um de vocês me satisfaz a alma. Já me são importantes e amigos queridos. Que me conhecem, às vezes, bem mais, do que tantos que me vêem todos os dias.
Então vou aproveitar que estou aqui pra avisá-los que meu cantinho vai mudar um pouco. Vou deixar de despejar todos os pensamentos desordenados e tão sinceramente espontâneos dos meus pseudos-surtos e vou começar a falar mais da minha vida, de coisas que aconteceram e de coisas que estão acontecendo em meu coração. Lógico que meus textos meio loucos, que muitos gostam, outros não, vão ficar. Mas, estou sentindo essa necessidade de uma auto-analise em grupo. Estou sentindo uma vontade de falar mais de mim e dessa minha vida torta que às vezes pesa tanto nas minhas costas. Mas, não quero só falar, sabe? Tô precisando ouvir (no caso, ler) também. E quem melhor pra me ajudar a saciar essa vontade, do que vocês, meus queridos amigos blogueiros, que como eu estão aqui dando a cara pra bater, se mostrando, se expondo, se permitindo e permitindo tantos outros invadirem também seus pensamentos? Espero que vocês possam me fazer esse favor.

Então, me deixa começar...

Acho que nunca comentei aqui que há pouco tempo sai de um relacionamento de quase seis anos. Eu sei, muito tempo mesmo. E foi um relacionamento muito extremo, muito intenso, meu 1º tudo: 1º namorado, 1º amasso, 1ª vez, 1ª crise de ciúmes, 1ª dor da perda... Foi um relacionamento que me mostrou muita coisa boa e ruim. E que me mudou muito. E vocês devem até achar que é muita falta de personalidade mudar por causa de alguém e tal, mas sempre muda. Começa com uma coisinha que você deixa passar pra não brigar a toa, aquela roupa que você não vai vestir por que sabe que ele não gosta, aquele gesto que você deixa de fazer por que ele carinhosamente pediu e quando você olha pra si, não sobrou mais tanta coisa assim.
Uma das principais características minhas que mudaram totalmente foi que deixei de ser um ser humano pensante e racional, pra ser uma coisinha emotiva e dramática, sabe? (Made in México) E por mais que eu me esforce não consigo voltar a ser como antes. E odeio isso! Não que eu queira ser mais dura, amarga, não, anão quero ser assim. Queria apenas a agir de maneira mais prática, não me importar tanto, não me apegar tão rápido, não sentir certos medos bobos agora que estou sozinha.
Às vezes me pego aqui, com medo de viver comigo mesma. Meu mundo sempre parece o mais triste, o mais vazio. Sei lá, essa condição humana de solidão me assustava muito, ainda me assusta. Às vezes acordo no meio da noite e aquela vontade de ligar pra alguém, só pra contar que meu sono passou é constante. Depois de seis anos é difícil começar do zero. É difícil ficar sozinha. Saio pra caminhar todos os dias e entre muitos assuntos dos mais diversificados nas minhas conversas com Deus, sempre peço pra Ele me mandar alguém que me complete. Parece tão retrogrado precisar de alguém pra se sentir inteiro. Mas, eu sei que por mais patético que seja, é um desejo de quase todo mundo nessa vida.

Ontem me senti tão só, meu coração estava apertado e eu sentia uma vontade de chorar gritante em meu coração, mas não chorei. Nem sei porque. E num momento meio insano e de total falta de dignidade, liguei pro meu ex e conversamos por uns vinte minutos. Nada demais. Ele me perguntou como eu estava, disse que sentia saudades que queria me ver... Essas coisas de ex. Retribui todos os carinhos, mas só quando desliguei percebi que havia feito por costume e não por sentimento. Óbvio, que apesar de tudo que já sofri, ainda há um carinho, mas é diferente agora.
Hoje tive uma epifania ou um surto psicossomático, desses que tenho sempre nos meus dias e que me fazem perceber que a vida vai bem mais além do que o que realmente a gente vê.
E me vi, sorrindo, com uma sensação de paz que descrevi no post anterior. Me vi percebendo pela primeira vez desde que estou solteira, que estar sozinha não é algo tão abominável assim.
Sim, ainda quero alguém ao meu lado com quem eu possa compartilhar minha vida. Mas acho que vou primeiro aprender a viver comigo mesma pra depois pensar nisso. Então, a partir de hoje, minha meta é o autoconhecimento. Minha meta é aprender a viver comigo mesma e ficar feliz com isso.
Hoje é sábado e pretendo passar meu dia muito bem acompanhada comigo mesma e feliz.

E amanhã eu conto como foi...

9 comentários:

  1. Uau! Seis anos é mto tempo, mas tudo que começa, precisa ter um fim. Não acho que seja falta de personalidade mudar algo me nós para agradar quem amamos. Relacionamento é ceder tb, se encaixar pra viver bem, mas sem nunca afetar o seu eu, nunca se anular pelo outro.
    é bom esse tempo sozinha q vc tá tendo, vc vai ver, ficará mais conhecedora de si mesma e mais segura, por conta disso.

    Bjm

    ResponderExcluir
  2. eeeeee! Que post feliz! Me bateu o maior sorriso aqui, e tbm me despertou a querer te dizer um monte de coisas!
    Sabe... tbm concordo que não há erro nenhum em se curvar por alguém. Não há! Eu me curvo, e me curvarei qtas vezes for preciso. Cabe ao outro sacar o tanto de amor q há numa ação dessas... E se não for suficiente, paciência. O mundo tá lotado de pessoas carentes disso mesmo. Não acho que isso seja 'mudar' - o 'mudar' está dentro do ofício de ser ser humano. Mudar-se é estabelecer-se. O que não muda, não tem vida.
    :)

    A melhor companhia é nossa própria. Acredite nisso. Cuide de vc e siga, linda e feliz como vc é!

    [o 'beijante' que não botamos a mínima fé, o amigo de infância... pode ter, surpreendentemente, o que a gente quase se cansou de procurar]

    beijo meu, sempre.

    ResponderExcluir
  3. Ah Ceisa... Bem legal isso! Eu mesma me sinto bem melhor quando eu vejo que estar sozinha realmente não é tão abominável assim.

    Um beijo. Espero que seus dias acompanhada de si mesma, sejam realmente bons.

    ^^

    ResponderExcluir
  4. Acho que é impossível você se envolver com alguém e não ser influenciada, ainda mais quando se é jovem. A gente aprende a conviver e, por causa desse amor, tenta aparar as arestas. Não tem nada a ver com falta de personalidade.
    Já que você disse que quer ler, compartilhar, lá vai: após seis anos de relacionamento, acho que você deveria ficar um pouco sozinha mesmo, para poder, então, ver beleza no ficar e estar só. Eu, por exemplo, depois de um namoro também longo, queria desesperadamente ocupar meu coração, mas perecei que era em vão. Precisava primeiro aprender a me curtir e não depender de alguém para ser feliz. E foi o que fiz.

    Boa sorte para você e que essa paz perdure.

    Beijos.

    ResponderExcluir
  5. AMIIIIIIIIIIIIIIIIIIGA!

    eu nao preciso vir aqui e falar, falar, falar..
    pq vc eh uma das pessoas que mais me conhecem nesse mundo de blog. (eh verdade viu)

    ta lindo.
    tua historia merece um livro

    eu te amo por isso






    beijo de quem so te quer bem!

    ResponderExcluir
  6. Ah! Nada de deixar de despejar todos os “pensamentos desordenados e tão sinceramente espontâneos dos meus pseudos-surtos”. Eles também são parte de você e podem ajudar (e muito) na busca do auto-conhecimento.

    ResponderExcluir
  7. Ceisinha, não ando sem capacete nunca! Eu me sinto muito perto ds morte hauahuahauahuaahuahaua
    A questão são os caronas... nem sempre estou com os dois capacetes, entende?

    Bjo^^

    ResponderExcluir
  8. Ah! Que muda, muda. Imagina, só pelo tempo que passaram, já dá de sobra pra mudar, né?

    Mas o bom mesmo é saber ser feliz com a companhia de si próprio. Depois que aprende a ter prazer em ir ao cinema sozinha, tomar uma cerveja, sair pra tomar sorvete, tudo em companhia de si mesma, estar com uma pessoa será mais gostoso e sincero ainda, simplesmente por saber que não precisamos de ninguém, mas que estar com esse alguém nos faz mais completos. Sem neura, sem sofrimento...

    Felicidade é a gente que faz! :)

    Adorei o novo lay. E Florbela Espanca, eu adoro. Já até recitei esse poema que você escreveu aí. Tenho a coleção de poesia dela. :D

    Um beijo.

    ResponderExcluir
  9. Show!!
    Adorei o lay tb, viu?

    Bju grande

    ResponderExcluir