Tão assim...

Bom... Há coisas na vida que não mudam mesmo... Já tentei entender, mas elas não mudam mesmo. Tipo, o medo que sinto de ficar sozinha, mas completamente sozinha, sabe? A vontade de comer pizza com os amigos. Minha compulsão em comprar roupas. A preguiça que tenho de trabalhar segunda feira. E ligar praquela pessoa de madrugada depois de um sonho ruim. Pois é. Como eu já havia dito, enfatizarei novamente: Há coisas que não mudam nunca!
Acordei suada, me tremendo, chorando, pesadelos são constantes, mas esse... Nossa! Me tirou a paz totalmente! Tentei até rezar... Mas nada, fiz a 1ª coisa que me passou pela cabeça. Peguei o celular, e disquei ainda tremula entre lágrimas. Nada! Tentei novamente... Nada! Pensei: “É... Não é pra ser!” tentei voltar a dormir. Nem senti...
De repente sinto aquele tremor e começo a ouvir aquela música: “mas você lembra, você vai lembrar de mim. Que o nosso amor valeu a pena...” Não preciso nem abrir meus olhos pra saber quem é. Atendo. Temos uma conversa boa, rápida, tranqüila. Meu coração dispara um pouco, mas só um pouco. Nada que não me faça dormir novamente. Mas aquela voz! Nossa... Aquela voz daquele jeito tão meigo, me deixa triste. Volto a dormir. Mas nem dá tempo de nada... Vinte minutos depois volto a ouvir a mesma canção. Atendo! Entendo o recado. Me levanto. Vou ao banheiro, escovo os dentes, troco de roupa, tento arrumar o cabelo. E saiu. Ele me espera lá fora. Saímos.
Caminhamos como se fossemos conhecidos. Por que amigos,não vai dar pra ser ao menos por enquanto. Jogamos conversa fora. Ele passa mão pelo meu ombro, beija minha testa, mas percebe que aquele tipo de carinho não é recíproco. Confesso que me estremece o coração, mas... Resolvi tentar o novo, resolvi não ligar! Andamos e ele me perguntou sobre minha vida amorosa, afinal de contas, não tenho ligado, não tenho chorado, não tenho tentado, deve haver algum motivo. E ele nunca que vai imaginar que o motivo sou eu mesma. Claro que não! Ele me julga fraca demais, fraca em demasias. E eu peço pra ele responder sua pergunta, mas me dizer a verdade. E ele diz que está com alguém, mas que não é a mesma coisa. Claro que não é! Afinal de contas ele nunca fecharia a porta pra mim! E ele enfatiza que com amor é melhor. Mas que amor? Aquele amor que me magoava, que me trocava, que me permitia sofrer por que afinal de contas meus dramas não contavam como dores verdadeiras... Não, não era amor.
Me cansei! E me permiti sentar um pouco, antes que aquela força toda que viera sei lá de onde se contaminasse por aquele “amor” que ali havia. Fiquei ouvindo musica e ele foi dar uma volta. Fiquei pensando na vida, no quanto o amanhecer é bom e como eu sei que vou ser feliz. Agradeci a Deus. Agradeci mesmo. E ele voltou pedindo pra irmos embora. Fomos! No meio do caminho ele parou, me puxou pra si, me abraçou apertado, beijou novamente minha testa. Tentou. Sorri um pouco. Falei alguma bobagem e ele sorriu também. Saímos de lá e perguntei a ele se ela era mais bonita que eu, mas divertida que eu, mas interessante que eu. Obviamente que a resposta pra tais perguntas foi à mesma: Não!
Chegamos a minha casa. Peguei as coisas dele, entreguei, mas antes chequei o celular dele. Muita coisa havia mudado ali. Muita coisa mesmo. Ele sentou na moto, antes de por o capacete me abraçou e eu abracei também. Abraço bom. Mas não é mais um abraço pra mim. Não é mesmo. Ele ainda tentou mais uma vez, um beijo... mas, foi só a ultima tentativa do dia. Ele se foi. E confesso levou junto uma parte boa de mim. Talvez tenha perdido um pouco da minha felicidade, mas acho que vou ficar bem.

Alias, tenho certeza! Já chamei os meus amigos pra almoçar. E já estou pensando aqui no vetidinho que vou comprar e no que vou fazer no meu cablo black power pra mudar totalmente meu visual.

Por que não perco mais nenhum minuto com ninguém que não seja tão necessário ao ponto de eu precisar dele até pra respirar.